A Amnistia Internacional instou as autoridades vietnamitas a libertarem imediata e incondicionalmente um padre católico que regressou à prisão no dia 25 de Julho, após um período em liberdade condicional para tratar graves problemas de saúde.

 

O padre Nguyen Van Ly, de 64 anos, foi detido pela polícia no dia 25 de Julho, na diocese central de Hue, antes de uma ambulância o transportar para a prisão. As autoridades reclamam que Nguyen Van Ly voltou à prisão por distribuir folhetos anti-governo durante a liberdade condicional. 

 

O padre cumpria uma pena de oito anos de prisão por “realizar propaganda contra o estado”, quando foi libertado temporariamente, em Março de 2010, devido a um enfarte e a um tumor cerebral. 

 

“O padre Nguyen Van Ly está debilitado e nunca devia ter sido preso. É um Prisioneiro de Consciência, preso unicamente pelo seu trabalho pró-democracia pacífico”, afirmou Donna Guest, Subdirectora da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico.  

 

“As autoridades vietnamitas devem libertá-lo rapidamente, revelar a sua localização e garantir-lhe acesso imediato à sua família, ao seu advogado e a tratamento médico adequado.”

 

Em 2007, o padre Ly foi condenado a oito anos de pena e cinco anos de prisão domiciliária. O editor do jornal dissidente To Do Ngon Luan (Liberdade e Democracia) foi co-fundador do movimento pró-democracia online – Bloc 8406 – e ajudou na organização de outros grupos políticos proibidos no Vietname.   

 

O padre Ly cumpria a sua pena na prisão de Ba São, perto de Ha Noi, no norte do Vietname, quando sofreu um enfarte em Novembro de 2009. Não recebeu um diagnóstico apropriado ou tratamento médico adequado e só foi transferido para um hospital prisional, em Ha Noi, duas semanas depois. Apesar de estar parcialmente paralisado, regressou à sua cela prisional no dia 11 de Dezembro de 2009. 

 

A 15 de Março de 2010, obteve uma “suspensão temporária” da sua pena para procurar tratamento médico para o seu tumor cerebral. 

O padre Ly passou 17 anos na prisão, em condições severas e regularmente em solitária, por alertar as autoridades vietnamitas para respeitarem a liberdade de expressão e outros direitos humanos.

 

“O padre Ly é um no meio das dezenas de activistas que cumprem longas penas de prisão pela crítica pacífica às autoridades vietnamitas.” “A dissidência pacífica e a promoção da democracia são criminalizadas no Vietname e estes Prisioneiros de Consciência são mantidos em condições deploráveis”, acrescentou Donna Guest.