28 Agosto 2017

Injustamente preso durante 11 anos, quando agora saiu da prisão Erkin Musaev fez questão de escrever pessoalmente uma carta a todos os que o ajudaram num momento tão difícil.

Tudo aconteceu em 2007, era Erkin um funcionário público e trabalhava para as Nações Unidas. Foi preso pelas autoridades do seu país, o Uzbequistão, e torturado até assinar uma confissão alegando que era espião e que tinha utilizado de forma irregular fundos da ONU. Num julgamento injusto, foi condenado a 20 anos de prisão.

A Amnistia Internacional e os seus apoiantes não ficaram indiferentes. Milhares de pessoas de todo o mundo escreveram apelos exigindo a libertação de Erkin Musaev, centenas seguiram de Portugal. Por não o terem deixado esquecido no Uzbequistão, Erkin fez questão de escrever uma carta poucos dias após estar em liberdade.

Quero expressar a minha mais profunda gratidão para com todos os ativistas da Amnistia Internacional, bem como para com todos os que me apoiaram, a mim e à minha família, num momento difícil. A minha libertação é uma grande vitória, na verdade, e o vosso contributo foi incalculável.

Gostava de referir que depois das cartas de apoio dos ativistas a atitude da administração da prisão para comigo alterou-se. Os funcionários começaram a tratar-me com maior cuidado e fui transferido. O meu pai disse-me que após ter sido lançada a campanha da Amnistia Internacional a atitude da comunidade internacional em relação ao meu caso também mudou. 

Uma vez mais, estou-vos profundamente grato, a vocês e a todos os ativistas da vossa organização.

Quero acrescentar que este é o início de uma vitória, uma vez que esta [campanha] criou um espírito de esperança e luta noutras pessoas injustamente condenadas e nas suas famílias. Muitas pessoas que estão no local [prisão] testemunharam também a nossa luta. Vocês levaram esperança a estas pessoas. De facto, esta não é apenas uma vitória minha, mas também uma vitória para todos os que foram condenados de forma vergonhosa.

Muito obrigado por tudo o que fizeram por mim.

Erkin”

  • 3/4 do mundo

    Nos últimos cinco anos, a Amnistia denunciou relatos de tortura em pelo menos 3/4 do mundo – 141 países.
  • 44%

    Quase metade dos inquiridos (44%) temem ser torturados se forem detidos.
  • 80%+

    Mais de 80% dos inquiridos querem leis fortes para os proteger da tortura.
  • 1/3+

    Mais de um 1/3 das pessoas acham que a tortura pode ser justificada.

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