6 Outubro 2011

Em Setembro de 2011, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch emitiram declarações no seguimento do homicídio e mutilação de uma mulher que se crê ser Zaynab al-Hosni, por pessoas desconhecidas.

Zaynab desapareceu de sua casa em Homs no final de Julho e a sua família afirmou ter procurado por ela, sem sucesso. A família de al-Hosni confirmou às organizações que tinha identificado o seu corpo num hospital militar, em Homs. A sua cabeça e braços tinham sido cortados e partes do seu corpo, incluindo a sua face, foram gravemente queimadas. A família fez o funeral e enterrou o corpo.

A 4 de Outubro de 2011, a televisão estatal síria transmitiu uma entrevista com uma mulher que se identificou como sendo Zaynab al-Hosni. Na entrevista, ela afirma ter deixado a casa da sua família para escapar aos maus tratos por parte dos seus irmãos.

A família de Zaynab al-Hosni confirmou depois que, a mulher que apareceu na televisão síria, é de facto Zaynab al-Hosni. A família ainda não conseguiu falar com ela e verificar a sua situação actual.

A identidade da vítima do sexo feminino morta, enterrada pela família al-Hosni, permanece por identificar e a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch apelaram a que fosse realizada uma investigação independente para se descobrir a sua identidade.

A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch apelaram às autoridades sírias que permitissem a entrada das organizações no país sem mais demoras para investigarem este e outros casos perturbadores que foram reportados às organizações. Ambas as organizações, assim como os investigadores de direitos humanos da ONU, pediram vezes sem conta autorização para entrarem na Síria desde o inicio dos protestos em massa, em Março, mas têm sido barrados até à data.

A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch lamentam qualquer imprecisão na identificação errada do corpo que seria de Zaynab al-Hosni. Ambas as organizações verificam regularmente a sua informação junto de várias fontes independentes.

A Amnistia Internacional publicou o seu novo comunicado depois de falar directamente com um dos irmãos de Zaynab. A Human Rights Watch entrevistou pessoalmente mais tarde a mãe de al-Hosni, assim como um irmão que lavou o corpo antes do enterro, depois de terem fugido da Síria para um país vizinho. Parece agora que a família de Zaynab errou na identificação do corpo que lhes foi apresentado devido aos extensos ferimentos no corpo.

A Human Rights Watch e a Amnistia Internacional apelam ao governo sírio para dar acesso imediato a investigadores dos direitos humanos independentes, incluindo a Comissão de Inquérito das Nações Unidas, criada em Agosto.

A 17 de Setembro a equipa do hospital militar em Homs, sabendo que Zaynab tinha sido dada como desaparecida há mais de dois meses, convidaram a mãe de al-Hosni para identificar o corpo de uma mulher que lhes foi trazido. A mãe identificou o corpo como sendo o da sua filha desaparecida.

As organizações apelaram às autoridades sírias para tomarem imediatamente passos para identificarem a mulher cujo corpo foi queimado e para realizarem uma investigação acerca do homicídio brutal e macabro de uma mulher síria, assim como as violações dos direitos humanos em larga escala que ocorre numa base diária na Síria. Na primeira semana se Outubro, estima-se que o número de mortes ultrapasse as 2600 pessoas.

A notícia dias depois do Conselho de Segurança da ONU ter falhado mais uma vez em tomar uma posição firme e juridicamente vinculativa acerca da crise dos direitos humanos na Síria.

Artigos Relacionados