25 Março 2011

A Amnistia Internacional afirmou que a China deve libertar o activista pró-democracia, em vez de julgá-lo. Liu Xianbin está a ser julgado na província de Sichuan por “incitar à subversão do poder do Estado”, devido a artigos da sua autoria, escritos em 2009, que apelavam para que fossem realizadas reformas democráticas.

“Liu Xianbin não é culpado de nenhum crime e não deveria ter sido detido por exercer de forma pacífica o seu direito à liberdade de expressão, afirmou Sam Zarifi, Director do Programa da Amnistia Internacional para a região da Ásia-Pacífico.

“Ele é um prisioneiro de consciência e deve ser imediatamente libertado.”

O dissidente chinês de 43 anos tornou-se activista em 1989, durante o movimento pró-democracia liderado pelos estudantes e fundou uma filial local do Partido Democrático da China, banido entretanto.

Durante meses Liu viu o acesso a advogados ser-lhe negado. A acusação de “incitação à subversão” pode levá-lo a enfrentar cinco anos de prisão ou mais, se o tribunal considerar que o crime que cometeu é especialmente grave.

Detido em Junho de 2010, este dissidente foi recentemente libertado, após cumprir uma sentença de nove anos por “subverter o poder do Estado”, devido ao seu envolvimento no Partido Democrático da China, na década de 90. Não foi permitido à sua mulher vê-lo desde o momento da sua detenção.

Activistas locais disseram à Amnistia Internacional que acreditam que Liu foi novamente detido, após a sua libertação em 2008, como punição por continuar a sua actividade enquanto activista.

Uma vez fora da prisão, Liu tornou-se publicamente um signatário da “Carta 08”, uma proposta de reformas legais e políticas, que teve co-autoria do Prémio Nobel da Paz 2010, Liu Xiaobo. Liu Xianbin também é autor de inúmeros artigos publicados na Internet, sobre democracia e Direitos Humanos, críticos da repressão levada a cabo pelo Governo Chinês.

“Liu Xianbin foi corajoso e persistente, o suficiente para continuar a defender os Direitos Humanos, apesar de ter passado anos na prisão. A China deve celebrar este tipo de coragem, não puni-lo,” afirmou Sam Zarifi.

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