4 Fevereiro 2011

As autoridades egípcias devem pôr fim à sua campanha para silenciar os activistas de Direitos Humanos, à medida que as manifestações continuam, afirmou hoje a Amnistia Internacional.

Após o ataque ocorrido ontem ao Law Centre, no Cairo, dois membros da equipa da Amnistia Internacional encontram-se desaparecidos e acredita-se que estejam sob custódia da polícia militar. Também outros activistas de Direitos Humanos foram detidos e alguns jornalistas foram perseguidos.

“As autoridades devem pôr fim imediato às suas medidas repressivas contra activistas dos Direitos Humanos e jornalistas no país, e acabar com os ataques violentos levados a cabo pelos seus apoiantes nos protestos pacíficos”, afirmou Salil Shetty, Secretário-Geral da Amnistia Internacional.

“Devem também libertar imediatamente a equipa da Amnistia Internacional e outros que foram detidos durante o ataque de ontem. Manter activistas dos Direitos Humanos que monitorizam os acontecimentos no Egipto é completamente inaceitável”.

Os dois delegados da Amnistia Internacional encontravam-se entre os cerca de 30 indivíduos detidos durante o ataque de ontem cometido pelas forças de segurança no Hisham Mubarak Law Centre (HMLC), no Cairo. O grupo de detidos incluía também um membro da equipa da Human Rights Watch e vários activistas proeminentes egípcios de Direitos Humanos.

Novos relatos sobre o ataque emergiram desde então. Testemunhas oculares relataram que os detidos foram vendados, à medida que eram deslocados do edifício e conduzidos por agentes de segurança à paisana para carros sem matrícula.

“Estamos muito preocupados com a segurança daqueles que foram detidos”, afirmou Salil Shetty.

“Consideramos as autoridades egípcias responsáveis pela segurança dos manifestantes e de todos aqueles que se encontram detidos.”

Durante o ataque, a polícia militar confiscou alegadamente equipamento, incluindo computadores e documentos, tanto do HMLC, como do Egyptian Centre for Economic and Social Rights (ECESR).

Três membros do Egyptian Center for Housing Rights (ECHR) foram também alegadamente detidos ontem no Cairo.

No momento da sua detenção, em Bulaq Abou El-‘Ila, encontravam-se a comprar cobertores, que pretendiam distribuir pelos manifestantes acampados na Praça Tahrir.

O ECHR é membro de uma aliança de 61 organizações egípcias de Direitos Humanos, que tem respondido à contínua agitação.

“Estas e outras detenções parecem demonstrar a existência de medidas repressivas generalizadas contra activistas dos Direitos Humanos. As autoridades devem permitir uma monitorização independente da crise no Egipto”, afirmou Salil Shetty.

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