2 Agosto 2013

A decisão do governo do Egito de atribuir autoridade às forças de segurança para porem fim aos ajuntamentos a favor de Mohamed Morsi, tendo em conta a violência dos últimos dias sobre os manifestantes, é uma receita para mais derramamento de sangue, alerta a Amnistia Internacional.

Um comunicado oficial transmitido na televisão anunciou que os ajuntamentos a favor de Morsi são agora considerados “ameaças à segurança nacional”. No entanto, as autoridades não referiram que tipo de medidas vão ser tomadas.

Tendo em conta as recentes ondas de violência contra manifestantes e o uso de munições reais, que na semana passada resultaram em 80 mortes, esta decisão das autoridades egípcias coloca “um selo de aprovação em mais abusos”, afirma Hassiba Hadj Sahraou, Diretora Adjunta do Programa da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.

“As autoridades, assim como as forças de segurança, devem começar a evitar o uso de força e basear-se em métodos de persuasão, negociação e mediação”, continua Hassiba Hadj Sahraou. “Não devem ser usadas armas de fogo exceto em situações de ameaça de morte ou de ferimentos graves”.

E conclui: “O uso de força por parte de alguns manifestantes não deve ser um pretexto para evitar que outros exerçam o seu direito a manifestar-se pacificamente. É um direito humano que as autoridades egípcias têm a obrigação de respeitar. A decisão de dispersar qualquer ajuntamento deve ser tomada apenas em último recurso”.

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