25 Janeiro 2013

Os números apontam para 840 pessoas mortas e pelo menos 6.600 feridas na revolução que começou a 25 de janeiro de 2011 no Egito. Os responsáveis têm conseguido escapar à justiça, muito graças a falhas graves nas investigações e nos julgamentos, revela um relatório da Amnistia Internacional lançado hoje.

Nenhum militar sénior ou força de segurança foi até agora condenado ou justamente punido. Alguns casos não chegam a tribunal, outros são julgados para resultarem em absolvição. As razões apontadas prendem-se com a falta de provas ou a legítima defesa.

Vídeos feitos durante as manifestações, relatórios forenses e provas balísticas são exemplos de provas que não estão a chegar à sala de julgamento. Outras, como conversas telefónicas entre altas patentes, desapareceram, releva o relatório: “Rampant impunity: Still no justice for protesters killed in the ’25 January Revolution’”,

Provas não faltam de que os protestos que puseram fim a mais de 30 anos de abusos de Hosni Mubarak – e deram origem ao primeiro presidente civil eleito – foram brutalmente suprimidos pelas forças de segurança. Gás lacrimogéneo, canhões de água, balas de borracha e balas verdadeiras foram usadas contra manifestantes que não representavam qualquer perigo.

O atual presidente, Mohamed Morsi, “tem prestado tributo aos que morreram, porém pouco foi feito para assegurar que os responsáveis são levadas à justiça”, disse Hassiba Hadj Sahraoui, vice-diretora do Programa para o Médio Oriente e Norte de África da Amnistia Internacional.

Desde junho de 2012, quando Morsi assumiu funções, pelo menos 12 pessoas já morreram em manifestações. “Ao não assegurar que os culpados são punidos, o presidente Morsi está a fazer muito pouco para se distanciar de décadas de abusos”.

 

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