30 Janeiro 2013

Desde domingo, 27 de janeiro, que 77 iemenitas (menores de idade) detidos numa prisão em Sanaa entraram em greve de fome como forma de protesto contra as condições prisionais a que são sujeitos.

Esta greve surgiu como resposta à sentença de morte aplicada a Nadim al-‘Azaazi por um crime que cometeu quando tinha apenas 15 anos.

“Executar delinquentes juvenis é expressamente proibido ao abrigo tanto do Código Penal do Iémen como do direito internacional de direitos humanos – as autoridades iemenitas devem cumprir as suas obrigações e anular imediatamente a condenação à pena de morte”, diz Philip Luther, diretor do programa da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e norte de África.

Outra situação que preocupa a Amnistia Internacional está relacionada com o facto de os menores frequentemente permanecem presos, por não terem capacidade financeira para pagar as coimas impostas pelo tribunal, após a sua sentença já ter sido cumprida.

Numa lista entregue às autoridades, entre outras coisas, os detidos apelam a uma maior rapidez no julgamento de menores de idade, que normalmente se arrasta durante mais de três anos e por vezes os menores são detidos durante vários anos até serem considerados inocentes; a uma reconsideração daquilo que consideram ser penas demasiado longas e injustas por crimes menores; e ao reconhecimento do direito a serem legalmente representados por um advogado à sua escolha.

“Este pedido realça a incapacidade do governo iemenita de respeitar os direitos humanos dos menores atrás das grades e deve servir como apelo à ação para assegurar que o processo judicial é respeitado e as condições prisionais melhoradas para todos os criminosos menores”, diz Philip Luther.

O direito internacional não permite a condenação à pena de morte nem à prisão perpétua de pessoas que tinham menos de 18 anos quando o crime foi alegadamente cometido.

A Amnistia Internacional é contra a aplicação da pena de morte em todos os casos, sem exceção.

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