O governo de Maharashtra deve assegurar um inquérito minucioso e justo sobre as mortes que ocorreram durante os protestos de agricultores, afirmou a Amnistia Internacional no dia 10 de Agosto, depois de pelo menos três pessoas terem sido mortas quando a polícia disparou na manifestação numa auto-estrada, no ocidente da Índia. 

As mortes aconteceram no dia 9 de Agosto, na auto-estrada de Munbai-Pune, quando 500 agricultores se reuniram para protestar contra uma conduta que trazia água à povoação industrial de Pimpri-Chinchwad.

 

Testemunhas relataram à Amnistia Internacional que inicialmente mais de 200 oficiais da polícia agrediram com cassetetes e usaram gás lacrimogéneo para afastar os manifestantes da auto-estrada, alguns dos participantes nos protestos começarem a apedrejar os oficiais da polícia e os seus veículos. Depois disso, a polícia utilizou força letal contra os manifestantes.

 

“O governo deve investigar porque é que a polícia abriu fogo com munições reais sobre pessoas que atiravam pedras. O uso de armas de fogo de uma forma letal deve ser o último recurso e não é claro que a polícia tenha confiado em outras opções”, afirmou Sam Zarifi, Director da Amnistia Internacional na região Ásia Pacífico.

 

Ao todo, cerca de 80 manifestantes e 20 oficiais da polícia ficaram feridos e mais de 250 manifestantes foram detidos sob várias acusações.

 

“Ao recebermos o anúncio que será realizado um inquérito por parte das autoridades, instamos os investigadores para que assegurem que o inquérito é duplamente meticuloso e justo”, acrescentou.

 

Esta manifestação é a mais recente de uma série de protestos de agricultores e comunidades indígenas na Índia contra as tentativas de compra de terras para desenvolvimento industrial ou de infra-estruturas.

 

Nos últimos seis anos, cerca de 50 pessoas foram mortas em conflitos entre as autoridades e manifestantes sobre uso de terras ou projectos de desenvolvimentos em vários estados da Índia. 

 

 “Este incidente é o mais recente num número alarmante de protestos de agricultores por todo o país no qual as forças de segurança locais abusaram da sua autoridade.” 

 

“As autoridades devem investigar seriamente o policiamento dos protestos para que estes trágicos incidentes tenham fim e para restaurar a confiança das comunidades afectadas”, concluiu Sam Zarifi.