1 Abril 2011

As autoridades líbias devem acabar com a campanha levada a cabo para desacreditar Eman al-Obeidi, afirmou a Amnistia Internacional, após o Governo líbio ter declarado que Eman está a ser processada pelos oficiais de segurança que ela acusa de a terem violado.

“É simplesmente ultrajante que Eman al-Obeidi esteja agora a ser processada, aparentemente com a aprovação das autoridades líbias, pelos mesmos oficiais que ela acusou” afirmou Malcolm Smart, Director da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.

“Isto parece ser uma tentativa do governo para se ilibar. Em vez de levarem a cabo esta campanha caluniosa, as autoridades deviam libertá-la e investigar as suas alegações de forma independente”.

No dia 26 de Março, Eman al-Obeidi, licenciada em Direito, foi arrastada para fora de um hotel em Tripoli pelas forças de segurança e detida, após afirmar perante jornalistas estrangeiros que tinha sido violada por soldados líbios leais ao Coronel Mu’ammar Kaddafi.

“Eman al-Obeidi desapareceu. Tememos que esteja detida e a ser pressionada para desmentir as suas alegações.”

Durante a longa estada do Coronel al-Kaddafi à frente dos destinos da Líbia, os críticos e opositores ao seu regime foram frequentemente detidos, torturados ou vítimas de desaparecimentos forçados.

Recentemente, a Amnistia Internacional documentou casos de desaparecimentos forçados que foram levados a cabo pelas forças do Coronel al-Kaddafi após terem começado os protestos.

“O caso de Eman al-Obeidi é alarmante devido à mensagem que envia a outras mulheres que também podem ter sido vítimas de violação ou outro tipo de violência sexual e que agora podem ter medo de denunciar.”

A organização está a divulgar uma Acção Urgente, pedindo a todos os seus membros para que escrevam às autoridades líbias e apelem à libertação de Eman al-Obeidi.

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