30 Agosto 2011

 

Importantes registos prisionais e outra documentação correm o risco de serem perdidos à medida que os locais continuam inseguros e os documentos são destruídos ou levados do país, alertou a Amnistia Internacional, no dia 29 de Agosto.
 
As autoridades do Conselho Nacional de Transição devem proteger estas provas, guardando-as num repositório central para salvaguarda. Devem também apelar aos indivíduos que retiraram quaisquer destes documentos para que os devolvam às autoridades o mais rápido possível.
 
“Os registos prisionais e outras provas físicas podem ser críticas para próximos julgamentos por crimes cometidos sob o regime do Coronel al-Kadhafi”, afirmou Claudio Cordone, Director Sénior da Amnistia Internacional.
 
“Para além disso, podem ajudar a esclarecer o destino de muitos prisioneiros que ‘desapareceram’ em prisões líbias nas últimas décadas, incluindo muitos milhares de pessoas presas pelas forças leais a al-Kadhafi desde o início da revolta.”
 
Quando a Amnistia Internacional visitou a Prisão de Abu Salim a 28 de Agosto, descobriu documentos dispersos no chão do pátio prisional e armazenados em sacos em pelo menos dois quartos.
 
Entre os documentos que se encontravam no chão estavam ficheiros de casos de prisioneiros detidos por zandaqa (heresia), o “crime” pelo qual muitos opositores do Coronel al-Kadhafi foram condenados; um documento a ordenar a expulsão de uma mulher da Somália que tinha HIV e um caso de um líbio acusado de ataques terroristas no Iraque.
 
Os investigadores da Amnistia Internacional viram visitantes a vasculharem os papéis na Prisão de Abu Salim. Alguns levaram ficheiros como lembranças, apesar das objecções dos familiares de um homem morto em Abu Salim, em Junho de 1996, aquando do massacre em que foram mortas 1200 pessoas nesta prisão. Não haviam guardas e ninguém que parecesse responsável.
 
“Os próximos dias vão ser críticos para a preservação das provas descobertas nas prisões, em campos militares e mesmo nas residências privadas de antigos líderes”, afirmou Claudio Cordone. “Devem ser feitos todos os esforços para proteger os documentos, para que a verdade possa ser estabelecida e os culpados por abusos sejam responsabilizados.”

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