5 Junho 2017

Passam agora quatro anos desde o dia em que o norte-americano revelou ao mundo factos chocantes: as agências de serviços secretos norte-americanas e britânicas estavam a monitorizar os telefonemas e as atividades na internet de milhões de pessoas do mundo inteiro. Nesse dia 5 de junho de 2013 o mundo começou a mudar, pelo menos no que diz respeito a estes seis pontos.

1. Sabemos hoje muito mais sobre o que fazem os nossos governos

Por exemplo, sabemos agora que empresas como o Facebook, a Google e a Microsoft foram obrigadas a entregar dados sobre os seus clientes após ordens secretas emitidas pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA). Sabemos ainda que a NSA gravou, armazenou e analisou metadados, isto é, dados sobre cada telefonema e mensagem de texto realizados no México, no Quénia e nas Filipinas.

2. A opinião pública tem-se mostrado fortemente contra a vigilância em larga escala feita pelos governos

Numa sondagem realizada pela Amnistia Internacional em 13 países dos vários continentes, 71 por cento dos inquiridos dizem opor-se firmemente à possibilidade dos governos espiarem as suas ações na internet e os seus telefonemas. Mais de 450 organizações e peritos de todo o mundo referiram também que a vigilância das nossas comunicações só deve ser feita quando “necessária e proporcional”.

3. Juízes decretaram certos aspetos dos programas de vigilância como ilegais

No Reino Unido o organismo responsável por supervisionar os serviços secretos declarou que alguns aspetos da partilha com os Estados Unidos de comunicações intercetadas eram ilegais quando realizadas antes de dezembro de 2014. Nos Estados Unidos um tribunal de recurso declarou em maio de 2015 ser ilegal o armazenamento de chamadas levado a cabo pelos EUA.

4. Empresas de tecnologia e informáticas estão a criar formas de proteger a nossa privacidade

Algumas das maiores empresas de tecnologia, como a Apple, a Google e o Facebook (proprietária do WhatsApp), têm estado a aumentar a segurança predefinida nas configurações e a fornecer aos clientes a encriptação de dados – assim, se alguém intercetar uma mensagem, email ou chamada, não vê mais do que sequências de caracteres sem sentido. Esta maior preocupação com a privacidade dos utilizadores deve-se muito ao aumento da pressão feita hoje por todos nós.

5. Peritos do mundo inteiro têm vindo a público falar contra o que antes era inquestionável

Diversos organismos internacionais têm alertado para o facto da vigilância em larga escala ameaçar os nossos direitos humanos. O relator especial das Nações Unidas para o contraterrorismo e direitos humanos, Ben Emmerson QC, afirmou: “A dura realidade é que o uso da vigilância em larga escala efetivamente suprime o direito à privacidade nas comunicações realizadas na internet”. Acrescente-se que, após ignorar as questões relacionadas com a privacidade durante décadas, as Nações Unidas criaram um relator especial para a privacidade, que a trabalha dentro e fora da internet, incluindo aqui tudo o que se relaciona com a vigilância.

6. As empresas tecnológicas estão a enfrentar os governos

Dez das maiores empresas de tecnologia do mundo – incluindo a Apple, o Facebook, a Google, a Microsoft, o Twitter e a Yahoo – lançaram uma campanha contra a recolha maciça e indiscriminada de dados pessoais.

Mais de um milhão de pessoas querem Snowden perdoado

Mais de um milhão de pessoas (1.101.252) de 110 países pediram ao president Barack Obama que perdoasse Edward Snowden. No Twitter, o próprio respondeu: “Os maiores grupos de direitos humanos do mundo entregaram a Obama mais de um milhão de assinaturas. Pela primeira vez, estou sem palavras”.

 

OBRIGADO a todos os que estão a ajudar o mundo a mudar.

Ler mais na entrevista feita pela Amnistia Internacional a Edward Snowden.

  • Artigo 19

    A liberdade de expressão é protegida pelo Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

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