A Amnistia Internacional, em parceria com mais de 20 organizações do Sul da Ásia, lançou esta quinta-feira a primeira fase de um espaço digital interativo intitulado “Footprints – Virtual Museum on Enforced Disappearances in South Asia” (Pegadas – Museu Virtual sobre Desaparecimentos Forçados no Sul da Ásia), para dar destaque às histórias daqueles que foram sujeitos a desaparecimentos forçados na região.
“O novo Museu Virtual sobre Desaparecimentos Forçados no Sul da Ásia – Footprints – tem por objetivo documentar e melhorar a compreensão do passado conturbado e do presente volátil de muitos países do Sul da Ásia. Os desaparecimentos forçados deixaram muitas famílias com perguntas sem resposta e com cicatrizes para toda a vida. Nalguns países, este crime hediondo ainda persiste e algumas autoridades estatais não cumpriram as promessas de verdade, justiça e reparação às vítimas e suas famílias. O espaço digital interativo visa dar a conhecer estas histórias de desaparecimentos forçados no Sul da Ásia para permitir uma abordagem coletiva que responsabilize os governos, desafie a impunidade e exija justiça”, afirmou Smriti Singh, Diretora Regional da Amnistia Internacional para o Sul da Ásia.
“Nesta primeira fase, foram destacadas mais de 40 histórias da região e continuaremos a acrescentar mais histórias no período que antecede o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, em agosto deste ano”
Smriti Singh
O espaço digital interativo, disponível aqui, permite o acesso aos casos verificados de desaparecidos da região, incluindo as suas histórias, as experiências das suas famílias na procura de justiça e exemplos de desaparecimentos reaparecidos e recorrentes.
A Ásia Meridional tem um historial terrível no que diz respeito a desaparecimentos forçados, com alguns governos a persistirem nesta prática. Embora os desaparecimentos forçados sejam um problema antigo no Sri Lanka e no Nepal, continuam a ser executados pelas autoridades no Paquistão, Bangladesh, Índia e Afeganistão. Os desaparecimentos forçados são um instrumento de terror e um crime ao abrigo do direito internacional com um impacto devastador que atinge não só os indivíduos e as suas famílias, mas também sociedades inteiras, deixando cicatrizes que são muito difíceis de sarar.