6 Setembro 2012

Em incidentes separados no Afeganistão, um rapaz de 12 anos foi encontrado decapitado, na quarta-feira, e na quinta-feira uma rapariga de sete anos foi, segundo relato, decapitada e as suas pernas foram amputadas por agressores desconhecidos.

A Diretora-adjunta da Amnistia Internacional para a Ásia-Pacífico, Polly Truscott, diz: “Estes dois atos de homicídios desprezíveis de crianças nas províncias de Kandahar e Kapisa devem ser sujeitas a investigação imediata, independente e detalhada – os responsáveis devem ser levados a julgamentos que cumpram com os padrões internacionais de justiça, sem recorrer à pena de morte”.
“Informações de que o rapaz terá sido morto pelos talibãs para vingar a colaboração do seu irmão com a Polícia Afegã Local realçam as dificuldades em estabelecer um Estado de direito no Afeganistão. Os talibãs negaram responsabilidade. No passado, grupos insurgentes afegãos perseguiram civis – incluindo crianças – por os considerarem fiéis ao governo”.
“Todas as fações no conflito armado no Afeganistão – forças do governo, tropas internacionais, os talibãs e outros grupos insurgentes – devem respeitar as suas obrigações de direito internacional humanitário. Os civis devem ser protegidos dos ataques em todos os momentos e não devem nunca ser perseguidos”.
Estes dois incidentes tiveram lugar dias após a Amnistia Internacional ter condenado o brutal assassinato de 17 homens e mulheres que participavam numa festa musical no distrito de Musa Qala na província de Helmand. O governo afegão acusou os talibãs pelos homicídios – que ocorreram numa área sob o seu controlo – mas os talibãs negaram também a responsabilidade por este ataque.
Segundo relatos, os talibãs decapitaram um rapaz afegão de 14 anos no distrito de Zherai em meados de agosto, por “espiar” para o governo do Afeganistão.

Artigos Relacionados