29 Agosto 2011

 

As autoridades paquistanesas devem imediatamente pôr fim à prática generalizada de desaparecimentos forçados e assegurar que qualquer pessoa detida tem acesso total a advogados e aos tribunais, afirmou a Amnistia Internacional num novo briefing divulgado no dia 30 de Agosto.  
“O governo paquistanês fez poucos progressos na resolução de centenas de casos de alegados desaparecimentos e novos incidentes vão sendo denunciados por todo o país”, afirmou Sam Zarifi, Director da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico.
 
O briefing, “The Bitterest of Agonies: End enforced disappearances in Pakistan”, publicado no Dia Internacional dos Desaparecidos, destaca a condição de centenas de pessoas que foram detidas arbitrariamente e mantidas em instalações secretas no Paquistão desde o final de 2001, quando o país se tornou um importante aliado na “guerra contra o terrorismo” liderada pelos EUA.
 
A localização de todas estas vítimas permanece desconhecida.
 
Pessoas acusadas de estarem envolvidas em terrorismo ou de serem opositores políticos do governo paquistanês – tais como membros dos grupos nacionalistas Baloch e Sindi – estão entre os grupos cada vez mais sujeitos a desaparecimentos forçados.
 
“Apesar de três anos de promessas para resolver a crise, centenas de famílias estão agora desesperadas para saberem o destino do seus entes queridos”, afirmou Zarifi. 
 
“Não são apenas as vítimas que são afectadas. As suas famílias não conseguem seguir em frente, emocionalmente, nem de um ponto de vista legal e prático, até descobrirem concretamente o que aconteceu aos desaparecidos.”
 
Amina Masood Janjua, mulher de Masood Ahmed Janjua, não vê o seu marido desde que foi detido durante uma viagem de autocarro a Peshawar, em Julho de 2005. 
 
Amina disse à Amnistia Internacional: “Esta é a pior coisa que pode acontecer. Se alguém morre, chora-se, as pessoas consolam-se e depois de algum tempo habitua-se, mas se alguém desaparece, não se consegue respirar, é a pior das agonias.”

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