7 Maio 2020

Como parte da resposta à crise de COVID-19, a Amnistia Internacional promoveu uma petição para que sejam garantidas as necessárias condições de proteção dos profissionais de saúde, de forma a lidarem com os potenciais riscos da pandemia sem colocarem em causa a sua saúde e a de outros. Hoje, as 5039 assinaturas reunidas foram enviadas ao governo português.

A petição teve por base relatos preocupantes de quem está na linha da frente, nos quais se descreviam carências de equipamentos de proteção individual. Além disso, até 16 de abril, mais de 2100 profissionais de saúde tinham sido infetados com COVID-19.

Apesar dos diversos contextos, era possível concluir que faltavam máscaras, luvas, fatos e viseiras, bem como produtos de desinfeção à base de álcool. Muitas vezes estes profissionais viram-se obrigados a usar a mesma máscara por períodos de 12 horas consecutivas, em vez das seis recomendadas pela Direção-Geral da Saúde.

“Os Estados têm a obrigação de proteger e garantir o direito ao melhor nível de saúde possível a todas as pessoas. A par desta obrigação soma-se a importância crucial que é garantir a proteção dos profissionais da linha da frente”

Amnistia Internacional Portugal

Os relatos alertavam ainda para a longa duração dos turnos de trabalho. A escassez de equipamentos de proteção individual resultava no aumento da tensão e da ansiedade, o que, por sua vez, poderia repercutir-se numa maior probabilidade de erro, quer de diagnósticos quer nos tratamentos.

Para fazer face às limitações, os próprios profissionais de saúde procuraram e adaptaram recursos existentes. Além disso, recorreram e, por vezes, dependeram da boa vontade e do apoio de comunidades envolventes, bem como de agentes da sociedade civil.

Na carta enviada a António Costa com as mais de cinco mil assinaturas da petição, a Amnistia Internacional sublinha que os Estados têm a obrigação de proteger e garantir o direito ao melhor nível de saúde possível a todas as pessoas. A par desta obrigação soma-se a importância crucial que é garantir a proteção dos profissionais da linha da frente, de modo a salvaguardar o seu bem-estar e evitar a propagação do vírus não só a outros colegas, mas também aos pacientes e outras pessoas das suas redes pessoais e familiares.

Desde o primeiro momento, a Amnistia Internacional tem divulgado informação sobre a atual pandemia e o seu impacto a nível global e nacional. A atuação da organização visa garantir que os direitos humanos são colocados no centro das respostas governativas, enfatizando que qualquer medida ou legislação deve ser baseada nesses mesmos princípios.

 

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