10 Agosto 2011

 

Dois políticos do parlamento do Bahrein presos durante os protestos anti-governo podem enfrentar ainda acusações criminais apesar de terem sido libertados no primeiro fim-de-semana de Agosto, alertou a Amnistia Internacional.
 
Matar Matar e Jawad Fairouz, alegadamente torturados enquanto detidos, estavam entre pelo menos três figuras da oposição libertadas a 7 de Agosto.
 
“A libertação destes críticos do governo é bem recebida, contudo, as autoridades do Bahrein devem assegurar que serão esquecidas todas as acusações baseadas no exercício legítimo da liberdade de expressão ou em outros direitos humanos, para que a ameaça de regresso à prisão não afecte Matar Matar, Jawad Fairouz e outros”, afirmou Malcolm Smart, Director da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.
 
O terceiro crítico do governo libertado neste fim-de-semana foi o advogado de direitos humanos, Mohammed al-Tajer, que disse à Amnistia Internacional que as suas actividades pacíficas continuam a ser alvo de repressão.
 
“Até onde me diz respeito, as acusações contra mim não foram retiradas. Os bens confiscados do meu escritório não foram devolvidos e a minha conta bancária está congelada”, afirmou Mohammed al-Tajer.
 
“Estou feliz pela libertação mas fui forçado a assinar papéis declarando que iria comparecer em tribunal e estar disponível para interrogatório em qualquer altura, caso me convoquem e fui obrigado a declarar que não iria empreender qualquer actividade ‘contra o país’.”
 
Os três homens libertados alegam ter sofrido tortura por parte dos oficiais de segurança desde que foram detidos em Maio.
 
“Fui forçado a ficar de pé com as mãos contra a parede enquanto me batiam na cabeça. Impediram-me de dormir e de ir à casa de banho. Conseguia ouvir da minha cela outros indivíduos a serem torturados”, afirmou Mohammed al-Tajer. Matar Matar foi alegadamente torturado depois de reclamar que estava a ser perseguido por um oficial de segurança nacional na prisão.
 
A Amnistia Internacional apelou para que fosse feita uma investigação independente sobre as alegações de tortura destes três homens e de outros detidos com relação a estes protestos no Bahrein.
 
“As autoridades do Bahrein devem assegurar que todas as alegações de tortura são investigadas de forma imparcial e que os responsáveis por práticas de tortura são levados à justiça”, afirmou Malcolm Smart. “Não devem continuar a tolerar estes abusos e a permitir que os perpetradores escapem às suas responsabilidades.”
 
Grupos de direitos humanos locais afirmam que outros manifestantes possam ter sido libertados no dia 7 de Agosto, mas a Amnistia Internacional não conseguiu ainda confirmar os seus nomes.

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