11 Abril 2019

O Reino Unido não deve aceder ao pedido de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos da América (EUA). A reação da Amnistia Internacional surge depois da detenção do fundador do WikiLeaks, esta manhã, em Londres.

“Há um risco muito real de que possa enfrentar violações dos direitos humanos”

Massimo Moratti

“A Amnistia Internacional pede ao Reino Unido que se recuse a extraditar ou enviar Julian Assange para os EUA, onde há um risco muito real de que possa enfrentar violações dos direitos humanos”, afirma Massimo Moratti, diretor de investigação no escritório europeu da Amnistia Internacional.

A Amnistia Internacional alerta para as “condições de detenção”, bem como o risco de ser feito “um julgamento injusto seguido de uma possível execução”, devido ao trabalho de Julian Assange. O fundador do WikiLeaks foi detido depois de a polícia britânica ter entrado no interior da embaixada do Equador, em Londres. O país sul-americano cancelou-lhe o asilo político que tinha sido dado em 2012.

“Estamos cientes das alegações de violação e de outros abusos sexuais contra Julian Assange, que devem ser devidamente investigadas, de uma forma que respeite os direitos dos queixosos e dos acusados, sendo levado à justiça se houver provas suficientes contra ele. Se a Suécia decidir prosseguir com a extradição do Sr. Assange do Reino Unido, deve haver garantias suficientes de que ele não será extraditado ou enviado para os EUA”, sublinha Massimo Moratti.

“Instamos as autoridades do Reino Unido a cumprirem as garantias dadas ao Equador de que ele não seria enviado para um qualquer lugar onde pudesse enfrentar a pena de morte”

Massimo Moratti

“Ainda não está claro que processo formal ocorreu para permitir que as autoridades do Reino Unido entrassem na embaixada equatoriana e detivessem Julian Assange, que terá tido a sua cidadania equatoriana suspensa ontem. Instamos as autoridades do Reino Unido a cumprirem as garantias dadas ao Equador de que ele não seria enviado para um qualquer lugar onde pudesse enfrentar a pena de morte, tortura ou outros maus-tratos”, conclui o diretor de investigação no escritório europeu da Amnistia Internacional.

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