7 Fevereiro 2023

Em resposta aos fortes sismos que atingiram a Turquia e a Síria na manhã de ontem, 6 de fevereiro, a diretora adjunta da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África, Aya Majzoub, revela o impacto deste desastre na vida de pessoas que enfrentavam já longos anos de conflito.

“A Amnistia Internacional expressa as mais profundas condolências às famílias que perderam entes queridos nesta onda de sismos. Centenas de milhares de pessoas na Turquia e Síria foram afetadas, embora quem se encontrasse em áreas já devastadas por anos de conflito enfrente desafios adicionais”, afirma Aya Majzoub.

“Quatro milhões de pessoas (residentes e deslocados internos) no noroeste da Síria já viviam sob condições de miséria, com pouco acesso a cuidados de saúde”

Aya Majzoub

“Quatro milhões de pessoas (residentes e deslocados internos) no noroeste da Síria já viviam sob condições de miséria, com pouco acesso a cuidados de saúde. Na manhã de ontem assistiram a edifícios inteiros desmoronarem-se em bairros devastados por mais de uma década de guerra. A imensa destruição, associada a uma crise económica aguda e a um inverno rigoroso, está também a dificultar a prestação de ajuda humanitária.

“A comunidade internacional deve mobilizar imediatamente recursos para apoiar os esforços de salvamento e reconstrução no norte da Síria. De igual forma, e sem qualquer restrição, o governo sírio deve permitir que a ajuda alcance todas as áreas afetadas pelo terramoto. Todas as partes, em particular o governo sírio e as forças russas, devem cessar prontamente os ataques a civis e a infraestruturas civis, bem como os ataques indiscriminados na região”.

“A imensa destruição, associada a uma crise económica aguda e a um inverno rigoroso, está também a dificultar a prestação de ajuda humanitária”

Aya Majzoub

Contexto

Dois terramotos violentos devastaram grandes áreas na Turquia e na Síria na manhã de dia 6 de fevereiro. De acordo com os últimos relatórios, pelo menos 2.200 pessoas foram mortas e milhares de outras ficaram feridas. Prevê-se que os números continuem a crescer nos próximos dias.

O International Rescue Committee (IRC) relembrou que os sismos devastaram regiões da Síria onde vive um grande número de deslocados internos e famílias vulneráveis.

Desde agosto de 2022, o governo sírio tem imposto um bloqueio a civis em áreas predominantemente curdas na região norte de Alepo, obstruindo o seu acesso a combustível e outros bens essenciais. Em julho de 2022, a Amnistia Internacional publicou um relatório, no qual detalhou como milhões de deslocados no noroeste da Síria se encontram a viver em campos sob em condições extremas e deploráveis. A sua sobrevivência depende inteiramente da ajuda internacional.

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