Dezenas de palestinianos foram mortos e centenas feridos por militares israelitas durante protestos na zona de separação entre Gaza e Israel esta segunda-feira, 14 de maio, no que a Amnistia Internacional considera ser uma violação dos padrões internacionais e, em alguns casos, pode constituir crimes de guerra.
“Foi mais um exemplo horrível do uso excessivo da força e de munições reais por parte dos militares israelitas de forma totalmente deplorável. Esta é uma violação dos padrões internacionais e, em alguns casos, terão cometido o que aparenta serem mortes intencionais que constituem crimes de guerra”, frisa o diretor de Investigação e Advocacy da Amnistia Internacional para a região do Médio Oriente e Norte de África, Philip Luther.
“Esta é uma violação dos padrões internacionais e, em alguns casos, terão cometido o que aparenta serem mortes intencionais que constituem crimes de guerra.”
Philip Luther, diretor de Investigação e Advocacy da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África
Este perito da organização de direitos humanos nota também que “as imagens hoje [14 de maio] captadas em Gaza são extremamente preocupantes e, conforme a violência continua a resvalar para fora de controlo, as autoridades de Israel têm de refrear imediatamente os militares de forma a impedir mais perda de vidas e ferimentos graves”.
“Ainda mês passado, a Amnistia Internacional instou a comunidade internacional a pôr fim às entregas de armas e equipamento a Israel. O aumento hoje no número de mortos e de feridos vem mostrar com toda a clareza o quanto é necessário um embargo às armas”, prossegue o diretor de Investigação e Advocacy da Amnistia Internacional para a região do Médio Oriente e Norte de África.
“O aumento no número de mortos e de feridos vem mostrar com toda a clareza o quanto é necessário um embargo às armas.”
Philip Luther, diretor de Investigação e Advocacy da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África
Philip Luther explica ainda que “apesar de alguns manifestantes se terem envolvido nalguma forma de violência, tal não justifica o uso de munições reais”. “Ao abrigo da lei internacional, as armas de fogo só podem ser usadas como recurso de proteção contra uma ameaça iminente de morte ou de ferimento graves”, avança.
Relatos médicos chegados de Gaza indicam que dezenas de pessoas foram alvejadas a tiro na cabeça ou no peito. A Amnistia Internacional documentou no mês passado investigação feita na Faixa de Gaza que demonstra que os militares de Israel mataram e feriram manifestantes que não constituíam nenhuma ameaça iminente.