3 Junho 2013

As autoridades da Turquia devem tomar medidas urgentes para prevenir que mais pessoas possam morrer ou ficar feridas nos protestos que estão a ocorrer em Istambul. Deve ser permitido aos manifestantes o acesso aos seus direitos fundamentais e garantida a segurança do público em geral.

“As autoridades turcas devem permitir que os protestos pacíficos prossigam, alterar urgentemente as táticas policiais e investigar e responsabilizar os que estão a cometer os abusos que temos presenciado”, refere John Dalhusien, diretor do programa da Amnistia Internacional para a Europa.

“É evidente que o uso da força policial não está a ser motivado por uma resposta à violência, que tem sido muito pouca por parte dos manifestantes, mas pelo desejo de evitar e desencorajar protestos de qualquer tipo”.

 

Os primeiros relatos

De acordo com informações no local, mais de 1.000 manifestantes ficaram feridos e pelo menos 2 morreram. Testemunhos de manifestantes, advogados e profissionais de saúde, assim como gravações em vídeo, confirmam que as medidas violentas da polícia sobre os manifestantes continuam no centro de Istambul, incluindo o uso de jatos de água e de grandes quantidades de gás lacrimogéneo.

O uso inapropriado deste gás tem sido a medida mais devastadora para a segurança dos manifestantes. Acredita-se que alguns tenham perdido a visão como consequência do seu uso a curta distância. O gás foi também disparado diretamente para casas ou empresas que abriram as portas aos manifestantes em fuga e alguns relatos revelam que o mesmo aconteceu à entrada do Hospital de Emergência de Taksim.

 

Acesso a tratamento médico dificultado

A Amnistia Internacional recebeu 49 queixas de alegados maus-tratos dos detidos pela polícia, assim como informação sobre manifestantes que permaneceram detidos por mais de 12 horas em veículos policiais sobrelotados, sem terem acesso a comida, água ou instalações sanitárias.

Advogados contaram à Amnistia Internacional que manifestantes feridos foram detidos pela polícia e levados para esquadras antes de receberem tratamento médico adequado, ao qual não tiveram acesso após a detenção.

Apesar da Istanbul Medical Chamber, uma associação de médicos,ter tentado montar instalações temporárias nas ruas para tratar os feridos, a tarefa foi dificultada pelo uso constante de gás lacrimogéneo pela polícia nos locais dos protestos.

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