2 Maio 2019

Pelo menos quatro pessoas morreram, mais de 200 ficaram feridas e 205 foram detidas durante a recente repressão estatal aos protestos na Venezuela. Os manifestantes voltaram às ruas, no dia 30 de abril, estando a situação a ser monitorizada pela Amnistia Internacional.

“Insistem em reprimir os protestos das pessoas que exigem uma saída para a grave crise política e de direitos humanos que atormenta o país, há vários anos”

Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da Amnistia Internacional

“As forças de segurança sob o comando de Nicolás Maduro e os grupos civis armados que o apoiam insistem em reprimir os protestos das pessoas que exigem uma saída para a grave crise política e de direitos humanos que atormenta o país, há vários anos”, afirma a diretora para as Américas da Amnistia Internacional, Erika Guevara-Rosas.

“Os crimes que estão a ser cometidos à luz do direito internacional pesam ainda mais o dossiê que será investigado nos sistemas de justiça internacional. Maduro deve colocar um ponto final imediato à sua política de repressão”, alerta.

A Amnistia Internacional tem documentado as graves violações dos direitos humanos e crimes à luz do direito internacional ocorridos na Venezuela desde o agravamento da crise, em janeiro de 2019. A organização reuniu informações de execuções extrajudiciais, uso ilegal de força letal, detenções arbitrárias em massa e maus-tratos de quem fala contra o governo de Maduro.

“Maduro deve colocar um ponto final imediato à sua política de repressão”

Erika Guevara-Rosas, diretora para as Américas da Amnistia Internacional

Informação adicional

No dia 30 de abril, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, garantiu que oficiais das Forças Armadas da Venezuela se juntaram ao apelo, “dentro das disposições da Constituição, pelo fim definitivo da usurpação de Nicolás Maduro”. Este anúncio foi acompanhado por um pedido à população para que saísse às ruas em apoio ao que chamou de “Operação Liberdade”. O resultado foi uma série de protestos que esbarraram na forte repressão das forças sob o comando de Nicolás Maduro, entre os quais grupos civis que o apoiam (conhecidos como “coletivos”).

O presidente da Venezuela, que descreveu a iniciativa de Guaidó como uma “tentativa de golpe”, pediu ao povo que demonstrasse apoio ao governo. No dia 1 de maio, foram organizadas manifestações pró-regime, sem relatos de pessoas feridas, mortas ou detidas.

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