26 Junho 2017

O académico e Nobel da Paz chinês Liu Xiaobo tem de ser liberto de forma absolutamente incondicional, sustenta a Amnistia Internacional ao ser conhecido que o proeminente defensor de direitos humanos e prisioneiro de consciência foi transferido da prisão para um hospital após lhe ser diagnosticado cancro do fígado em fase terminal.

“É piorar ainda mais uma situação má que tenha sido diagnosticada uma doença grave a Liu Xiaobo, o qual nunca devida sequer ter sido preso”, frisa o investigador da Amnistia Internacional Patrick Poon, perito em China. “As autoridades chinesas têm de garantir imediatamente que Liu Xiaobo recebe o tratamento médico adequado e tem acesso efetivo aos familiares e que tanto ele como todos os que estão presos por exercerem os direitos humanos são pronta e incondicionalmente libertos”, prossegue.

Patrick Poon sublinha ainda que “as autoridades têm também de pôr fim à detenção domiciliária vergonhosa e ilegal da mulher de Liu Xiaobo, Liu Xia, assim como assegurar que ela pode receber visitas, deslocar-se livremente e reunir-se ao marido”.

Mais de 450 mil pessoas oriundas de 130 países por todo o mundo assinaram, em 2013, uma petição criada pelo arcebispo Desmond Tutu, na qual se instava o Governo da China a libertar imediatamente o casal, ambos renomados defensores de direitos humanos no país. Esta petição foi lançada numa conjunção de esforços com uma carta aberta assinada por 134 vencedores de prémios Nobel que também exortavam à libertação do académico chinês.

A cruel repressão exercida pelas autoridades chinesas contra Liu Xiaobo e Liu Xia (na foto) e a incansável defesa do casal que é feita por ativistas do mundo inteiro foi tema, a 9 de junho passado, do Casos da Amnistia, um programa da Amnistia Internacional Portugal e Antena 2.

  • 10 milhões

    Existem cerca de 10 milhões de pessoas presas no mundo inteiro, em qualquer momento.
  • 3,2 milhões

    Estima-se que 3,2 milhões de pessoas que se encontram na prisão ainda aguardem julgamento.

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