4 Maio 2023

A ativista Chow Hang-tung, um dos casos da última edição do projeto Maratona de Cartas, venceu o Prémio Gwangju de Direitos Humanos, referente ao ano de 2023. Este prémio, instituído em 2000, é atribuído pela Fundação Memorial do 18 de maio da Coreia do Sul, com o objetivo de promover o espírito do Movimento de Democratização do 18 de maio. É concedido a indivíduos e organizações que tenham contribuído significativamente para o desenvolvimento dos direitos humanos, da unificação, da solidariedade e da paz.

Chow Hang-tung é uma advogada dedicada a proteger os direitos humanos e os direitos laborais na China. Em 2021, enquanto vice-presidente da extinta Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Patrióticos Democráticos da China, incentivou pessoas a assinalarem a data do massacre de Tiananmen de 1989 nas redes sociais, acendendo uma vela pelas vítimas. Foi detida por esta iniciativa.

No âmbito da campanha do governo de Hong Kong para silenciar os ativistas, o pretexto para a detenção de Chow Hang-tung foi devido ao seu comportamento de “ameaça à segurança nacional”. A 9 de setembro de 2021, foi ainda acusada de “incitamento à subversão” e pode enfrentar uma acusação adicional de até dez anos, de acordo com a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong.

“Os esforços de Chow Hang-tung para resistir ao tratamento antidemocrático e desrespeitador dos direitos humanos perpetrado pelo governo de Hong Kong, quer durante  a sua detenção, quer na sua batalha firme e contínua face ao sistema que oprime o povo de Hong Kong, têm sido incentivos de coragem e esperança para os ativistas de direitos humanos e os cidadãos que sonham com uma sociedade democrática em todo o mundo”, realçou Moon Hee-sang, presidente da Comissão do Prémio Gwangju para os Direitos Humanos de 2023.

“Os esforços de Chow Hang-tung para resistir ao tratamento antidemocrático e desrespeitador dos direitos humanos perpetrado pelo governo de Hong Kong, quer durante  a sua detenção, quer na sua batalha firme e contínua face ao sistema que oprime o povo de Hong Kong”

Moon Her-sang

A Amnistia Internacional insta as autoridades a proteger os direitos humanos dos cidadãos de Hong Kong. Desde a sua promulgação, em junho de 2020, a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong tem sido utilizada para prender e reprimir vários políticos, jornalistas e ativistas de direitos humanos, como Chow Hang-tung. Desta forma, o apelo é também para que as forças de segurança terminem a perseguição daqueles que exercem os seus direitos, como a liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica, apenas com base no pretexto da “segurança nacional”.

Com este prémio a Chow Hang-tung, a Amnistia Internacional espera que a sua coragem inspire os ativistas oprimidos, os cidadãos de Hong Kong, e todos e todas que lutam pela liberdade e pelos direitos humanos.

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Chow Hang-tung (鄒幸彤): advogada presa por ações pacíficas

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Chow Hang-tung foi uma estudante brilhante na universidade e poderia ter escolhido seguir qualquer percurso profissional que quisesse. Agora, precisa da nossa ação.

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