19 Maio 2019

Futuro com amor e sem ódio

Muitos de nós partilham o sentimento de que os líderes estão a trilhar um caminho errado para a Europa. O ódio é espalhado, ativistas pacíficos são reprimidos e as minorias funcionam como bodes expiatórios de tudo aquilo que está errado na nossa. Sociedade.

Devemos resistir, de pé, contra o ódio, a discriminação, o racismo e o sexismo. As Eleições Europeias deste mês oferecem-nos uma oportunidade única para fazer isso mesmo.

Clima de mudança

As recentes marchas #SchoolStrike4Climate, iniciadas pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, mostram que os jovens estão mais comprometidos em tomar medidas radicais para salvar o nosso planeta do que os líderes que os representam. Os políticos precisam de encarar com urgência o facto de a Europa ser um dos maiores poluidores do mundo e avançar para mudanças que protejam as pessoas.

A União Europeia (UE) está numa posição mais favorecida para liderar uma ação global e evitar a iminente catástrofe climática. Em todo o mundo, os jovens já estão a contribuir com maior consciencialização, através de protestos. Se amplificarmos a nossa voz e desafiarmos os candidatos a comprometerem-se com a mudança, teremos um futuro melhor.

Lutar pela liberdade

Nas sociedades verdadeiramente livres e justas, podemos protestar de forma pacífica, exercer o direito de reunião e associação perante questões nas quais acreditam. Contudo, alguns políticos europeus querem retirar-nos essas liberdades.

Em países como França, Grécia e Itália, há quem esteja a ser perseguido por ajudar quem foge da guerra, da pobreza e da perseguição. Na Hungria, o governo chegou a adotar uma lei que criminalizava essa assistência.

Na Polónia, as mulheres têm enfrentado a violência de radicais de extrema direita por protestarem pacificamente contra o ódio. Entretanto, o governo introduziu leis que ameaçam a independência da justiça.

O Parlamento Europeu pode desafiar os nossos governos quando estes ameaçam as liberdades. Além disso, está mandatado para responsabilizar a Comissão Europeia e os executivos nacionais quando se registam falhas no respeito e proteção dos nossos direitos. Não nos podemos calar. Votar é uma forma real de fazer ouvir a nossa voz e mostra que queremos defender os nossos direitos.

Igualdade sempre

Parece óbvio que nascemos iguais e com os mesmos direitos. No entanto, muitos de nós – incluindo lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais, comunidades ciganas, muçulmanos e outras pessoas pertencentes a minorias raciais, étnicas ou religiosas – ainda enfrentam a discriminação e são alvo de ataques.

A violência sexual contra as mulheres é surpreendentemente generalizada. Já as disparidades salariais baseadas no género mostram que há um caminho de mudança pela frente. É que as mulheres na UE ganham menos 16 por cento do que os homens, por hora.

Quem está no poder precisa de saber que a discriminação, a violência e o ódio não têm lugar na nossa sociedade. Ao falar – e votar! –, podemos garantir que os futuros deputados ficam a saber o que pretendemos para o Parlamento Europeu, nos próximos cinco anos. Só assim será possível tornar a Europa num lugar com mais igualdade, tolerância e respeito.

A tua voz, o teu voto

Os direitos que temos existem porque houve quem lutasse por eles. Se queres ser livre, fala sem medo, ama quem quiseres e vive numa sociedade que não deixa ninguém para trás. Agora, é o tempo de falar sobre aquilo em que acreditas.

Participar em marchas, protestos e greves, expressar uma opinião nas redes sociais, assinar petições, escrever para os nossos representantes e votar são ações que podem fazer a diferença. Os candidatos preocupam-se com o que os eleitores pensam. Se levantarmos a nossa voz, podemos desafiá-los a comprometerem-se com políticas que protejam os direitos de todos. E caso acabem eleitos, devemos garantir que cumprem com as suas promessas.

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