5 Abril 2023

A Amnistia Internacional – Portugal lançou a 2ª edição da revista Humanista, que retrata a forma como as alterações climáticas estão a afetar os direitos humanos em Portugal e no Mundo.

A nova publicação percorre uma viagem pelos quatro elementos naturais – Ar, Terra, Água e Fogo – demonstrando os seus desequilíbrios em diferentes zonas do país, mas é também a partir do espaço que a Humanista lança o desafio para o “Efeito Perspetiva”, título da crónica de Nicole Stott, astronauta norte-americana que revela o entusiasmo e as lições aprendidas da observação do planeta Terra como um autêntico organismo vivo.

A revista da Amnistia Internacional – Portugal tem como preâmbulo uma entrevista a David R. Boyd, relator especial das Nações Unidas para o Ambiente e os Direitos Humanos, que apresenta as principais conclusões do seu relatório sobre os impactos da crise climática em Portugal, reiterando a necessidade de o Governo português criar um tribunal especializado em Ambiente.

Revista Humanista – Entrevista a David R. Boyd

 

Através do elemento Terra, o leitor é conduzido até às violações de direitos humanos que os migrantes enfrentam no Alentejo, vítimas de exploração na atividade de agricultura intensiva. Os seus relatos guiam-nos por toda a jornada que viveram até chegar a Portugal, somando-lhes as dificuldades que aqui atravessam no contexto da habitação, alimentação e remuneração. Os testemunhos deixam-nos a certeza do sacrifício que fazem pela família: “Não quero que tenham de viver como escravos, como eu”.

“Abandonados intensivamente” – artigo sobre as condições dos migrantes no Alentejo

 

O percurso da Humanista passa ainda pelo distrito de Aveiro no elemento água, onde o mar teima em avançar sobre a terra. A erosão costeira não só se vê, como se vive por quem já teve o mar a entrar em casa. A reportagem “A dor que arde em silêncio” regressa aos incêndios de Pedrogão Grande e do pinhal de Leiria, e às pessoas que vivem em ansiedade e sofrimento num território em que os eucaliptos continuam a reinar, aquela que é considerada “a mais inimiga das árvores quando o fogo deflagra”.

“Quem vencerá esta batalha?”, artigo sobre a erosão costeira na zona de Aveiro

 

No âmbito internacional, a nova publicação viaja até ao Brasil pela lente do fotógrafo Lalo de Almeida, premiado no World Press Photo com o projeto de longa duração “Distopia Amazónica”, evidenciando o problema da desflorestação e da deslocalização dos povos indígenas, corroborado numa entrevista a Céline Cousteau – neta do explorador Jacques Cousteau -, que lidera o Projeto Javari na Amazónia.

O fotógrafo português Mário Cruz apresenta o seu trabalho “Viver entre o que é deixado para trás”, sobre o rio de lixo em Manila (Filipinas), numa edição que realça também os sinais de esperança para um ambiente limpo e saudável, com as crónicas da atriz Ana Varela, da cantora Selma Uamusse, ou da “Ambientalista imperfeita”, Joana Guerra Tadeu. Alice Neto de Sousa integra também a nova Humanista com o poema “Folha”, cuja declamação pode ser ouvida no Youtube.

Luís Pedro Nunes e os ilustradores André Carrilho, Nuno Saraiva, João Fazenda, Susana Carvalhinhos e Flicknelson também colaboram na 2ª edição da revista, que oferece aos seus leitores um cartão de sementes de lavanda, uma planta amiga das abelhas que serve de alimento essencial a uma das espécies que mais contribui para o equilíbrio do Ambiente. Com a nova Humanista, a Amnistia Internacional – Portugal alerta para a problemática das alterações climáticas, relembrando o papel de cada um e cada uma na preservação do planeta que é a nossa casa. Cuidar da Terra é um dever conjunto.

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