28 Agosto 2023

Jennifer Hermoso, jogadora da seleção espanhola de futebol feminino que venceu o último Mundial, pediu “medidas exemplares” à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) no que se refere ao beijo não consentido de Luis Rubiales, presidente da Federação, durante a celebração da vitória no Mundial.

A Amnistia Internacional manifesta o seu apoio ao pedido de Jennifer Hermoso, sublinhando que o beijo não consentido é uma forma de violência sexual que, como qualquer outra, não pode ser justificada de forma alguma. A ação de Luis Rubiales é um comportamento de violência sexual perpetrado no local de trabalho e por parte de um superior.

Carlos de las Heras, porta-voz da secção espanhola da Amnistia Internacional, refere que “a RFEF deve tomar medidas urgentes, investigando adequadamente o que aconteceu, concentrando-se na proteção da jogadora e cumprindo o seu protocolo de ação contra a violência sexual”.

Entre os vários compromissos deste protocolo está a “utilização de todos os meios disponíveis para resolver, da forma mais rápida e eficiente possível, os pedidos de assistência apresentados”, algo que coincide com o apelo de Jennifer Hermoso. O protocolo prevê ainda que “seja assegurado que todos os procedimentos disciplinares e processos de recurso estejam em vigor para gerir devidamente qualquer possível caso de incumprimento dos códigos de boas práticas”.

Caso este apelo e procedimentos não sejam cumpridos, a Amnistia Internacional insta o Consejo Superior de Deportes (CSD) para que tome providências que garantam uma política de tolerância zero em relação à violência sexual no desporto, e que promova ativamente a prevenção e atue de forma eficaz para acabar com a violência sexual sob qualquer forma, bem como com as práticas de machismo e sexismo no desporto.

Em Portugal, a Amnistia Internacional tem unido esforços para que o futebol – e os restantes desportos – possam ser atividades de promoção dos direitos humanos e de união por um mundo melhor. Ao longo dos últimos anos, a organização tem apelado aos agentes do futebol, jogadores, adeptos, clubes e claques para que se comprometam com a sensibilização e a defesa dos Direitos Humanos no desporto e, em concreto, no futebol. O projeto Eu Jogo Pelos Direitos Humanos relembra a essência dos Direitos Humanos, dentro e fora de campo, contribuindo para o respeito entre adeptos, a demarcação de todas as manifestações de ódio, uma noção mais clara pelos clubes da sua responsabilidade social, e a utilização da influência mediática e a força das atletas e equipas técnicas para um mundo melhor e mais justo, onde todas as pessoas possam usufruir dos seus direitos.

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