11 Agosto 2017

A detenção de quatro membros da oposição na Venezuela que foram eleitos para cargos políticos, o afastamento de mais 11 e ainda a emissão de mandados de captura contra cinco outros demonstram que a Administração do Presidente, Nicolás Maduro, está a apertar cada vez mais o estrangulamento de qualquer forma de dissidência no país e a aumentar a repressão para um nível assustador, avalia a Amnistia Internacional.

“Ao afastar dos seus cargos membros eleitos da oposição sem nenhuma razão legítima, a Administração de Maduro ultrapassou uma muito sensível linha”, frisa a diretora da Amnistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas.  “O sistema de justiça não pode jamais ser usado de forma abusiva para silenciar a oposição e, especialmente, quem foi eleito para exercer cargos”, prossegue a perita.

A escalada da repressão é patente: “Primeiro, vieram contra as pessoas que se manifestavam nas ruas, depois por quem as representa em cargos eleitos. Quão longe mais está o Governo da Venezuela disposto a ir para silenciar aqueles que pensam de forma diferente? A resposta é aterradora”, sublinha Erika Guevara-Rosas.

A diretora da Amnistia Internacional para as Américas nota também que “parece que vencer numas eleições e ser parte de um partido de oposição ao Governo é quanto basta para se ser mandado para a prisão na Venezuela”. “As autoridades têm de parar imediatamente com as tentativas para silenciar quem está simplesmente a tentar chamar a atenção para a crise de direitos humanos no país”, insta ainda.

“E a sugestão de que uma comissão de verdade criada pelo Governo pode investigar imparcialmente os abusos de direitos humanos que a Administração de Nicolás Maduro nega totalmente ter cometido é simplesmente absurda”, remata Erika Guevara-Rosas.

  • Artigo 19

    A liberdade de expressão é protegida pelo Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

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