11 Janeiro 2024

 

  • A Amnistia Internacional Portugal assinala o Dia Internacional do Obrigado e lembra quatro pessoas que integraram a Maratona de Cartas em edições anteriores, para as quais a assinatura e mensagem de solidariedade de pessoas por todo o mundo fez diferença na sua vida;
  • Em Portugal, a 22ª edição da Maratona de Cartas decorre até dia 31 de janeiro e é possível assinar os casos trabalhados em Portugal aqui.

 

Assinala-se hoje, 11 de janeiro, o Dia Internacional do Obrigado, com o objetivo de agradecer a todos aqueles que alegram, ajudam e tornam a nossa vida melhor. Para celebrar este dia, a Amnistia Internacional Portugal relembra que todas as pessoas são capazes de impactar positivamente a vida de outras, através da participação na Maratona de Cartas, o maior evento de ativismo do mundo. Todos os anos, a organização escolhe casos de indivíduos injustamente presos, ameaçados, perseguidos, reprimidos ou que integram comunidades em risco, desafiando milhões de pessoas a nível global para que assinem petições e escrevam mensagens de solidariedade capazes de trazer liberdade, justiça e respeito pelos direitos humanos a cada um deles.

A Maratona de Cartas da Amnistia Internacional teve início em 2001 e, ao longo deste período, a organização tem construído um legado de vitórias de direitos humanos através deste evento, contribuindo para leis mais justas, para a libertação de pessoas injustamente presas, para a defesa ambiental e para a consciencialização e proteção dos direitos humanos. Neste Dia Internacional do Obrigado, recordamos quatro casos que integraram a Maratona de Cartas em anos anteriores e que se tornaram vitórias de direitos humanos. Quatro casos onde as pessoas disseram “Obrigado!”.

Neste Dia Internacional do Obrigado, recordamos quatro casos que integraram a Maratona de Cartas em anos anteriores e que se tornaram vitórias de direitos humanos. Quatro casos onde as pessoas disseram “Obrigado!”

 

Bernardo Caal Xol (Guatemala)

Bernardo Caal Xol é um defensor dos direitos das comunidades indígenas, do ambiente e do direito à terra na Guatemala, que passou quatro anos injustamente preso pelas suas ações pacíficas contra a construção de duas hidroelétricas num rio essencial para a sua comunidade. Em julho de 2020, a Amnistia Internacional considerou-o um prisioneiro de consciência e iniciou uma campanha em sua defesa, tendo trabalhado o seu caso na Maratona de Cartas 2021. A pressão feita por várias ONG e por milhares de pessoas em todo o mundo teve repercussõespositivas e, a 24 de março de 2022, Bernardo Caal Xol foi libertado e pôde reunir-se com a sua esposa e duas filhas.

Bernardo Caal Xol em frente ao rio Cahabón, em 2022 . Fotografia: James Rodriguez for Amnesty International

 

Yasaman Aryani (Irão)

Yasaman Aryani é uma mulher iraniana (defensora dos direitos das mulheres) que, no Dia Internacional da Mulherem 2019, distribuiu flores com a sua mãe, Monireh Arabshahi, numa carruagem de metro em Teerão, exclusiva para mulheres, sem utilizarem o lenço islâmico, obrigatório no país. Yasaman publicou também um vídeo, que se tornou viral no próprio dia, onde falou da esperança num futuro em que todas as mulheres pudessem ter liberdade de escolher o que vestir. Ambas foram condenadas a 16 anos de prisão em julho do mesmo ano, tendo saído em liberdade a 15 de fevereiro de 2023. Yasaman Aryani foi um dos casos da Maratona de Cartas em 2019, tendo reunido, só em Portugal, mais de 50.000 assinaturas pela sua defesa e liberdade.

Yasaman Aryani. Fotografia: © Private

 

Germain Rukuki (Burundi)

Germain Rukuki é um defensor de direitos humanos burundinês, de sorriso largo e afável, que foi detido em casa em julho de 2017 e sentenciado a 32 anos de prisão pelo seu trabalho pacífico em matéria de direitos humanos. Após cumprir mais de quatro anos de sentença, uma decisão do tribunal de recurso reduziu a sua pena para apenas um ano, pelo que foi imediatamente libertado em junho de 2021. Foi só nesta altura que Germain pôde conhecer o seu terceiro filho, já que a sua esposa se encontrava grávida quando foi preso. O seu caso integrou a Maratona de Cartas de 2020, no qual mais de 430.000 pessoas se mobilizaram para ajudar Germain. Em Portugal, foram recolhidas mais de 28 mil assinaturas.

Germain Rukuki e a sua família. Fotografia: © Private

 

Sakris Kupila (Finlândia)

Sakris Kupila é um defensor de direitos humanos que foi confrontado com perseguição persistente em 2017, uma vez que os seus documentos de identidade o apresentavam como mulher, género que lhe foi atribuído à nascença e com o qual não se identifica. Para obter reconhecimento legal do género masculino na Finlândia era exigido a Sakris Kupila que lhe fosse diagnosticado um “distúrbio mental” e que se submetesse a intervenções invasivas de esterilização – o que constituem violações de direitos humanos. Sakris Kupila opos-se a tal tratamento humilhante efoi uma importante voz de contestação pela alteração da lei. Foi um dos casos da Maratona de Cartas e, só em Portugal, foram assinadas 58.430 petições pelo seu caso. Por todo mundo, o caso de Sakris foi assinado por mais de 347.000 pessoas.

Em 2023, a Finlândia apresentou a nova lei de reconhecimento da identidade de género, um passo fundamental na proteção dos direitos das pessoas trans. Esta lei coloca um ponto final nos diagnósticos de “distúrbio mental” a quem pretenda o reconhecimento legal da sua transição de género, que fica disponível para adultos mediante pedido escrito e um “período de reflexão” obrigatório de 30 dias.

Sakris Kupila a abrir cartas de solidariedade enviadas no âmbito da Maratona de Cartas. Fotografia: Tomi Asikainen /Amnesty International

 

*Este ano, na 22ª edição da Maratona de Cartas, é possível fazer a diferença nas vidas de Uncle Papai e Uncle Paul, Thapelo Mohapi, Maung Sawyeddollah, Ana Maria Santos Cruz e Ahmed Mansoor. Os seus casos podem ser as vitórias de amanhã, e a sua assinatura pode contribuir para elas.

 

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