4 Abril 2023

Entre 1 de abril e 30 de junho, decorre a campanha de consignação do IRS de 2023, em que cada contribuinte pode ajudar uma organização sem qualquer custo, destinando-lhe 0,5% do valor do IRS que paga ao Estado. Esta contribuição é fundamental para o desenvolvimento e progresso do trabalho das organizações que, com este gesto, podem levar a sua missão mais longe e criar um impacto maior nas suas áreas de atuação.

A escolha da organização à qual consignar é realizada pela colocação do NIF da instituição no modelo 3, quadro 11, campo 1101 da sua declaração. Para eleger a Amnistia Internacional, auxiliando o trabalho de defesa dos direitos humanos em Portugal e no mundo, basta utilizar o NIF 5012 23 738.

Este ano, a Amnistia Internacional – Portugal lançou uma campanha pela proteção dos quase 37 milhões de crianças que, atualmente, fogem da violência dos conflitos armados, da fome, da pobreza extrema ou do impacto devastador das alterações climáticas nos seus países de origem. Na Síria, Ucrânia, Afeganistão, Uganda, Sudão do Sul, Myanmar e em tantos outros locais do planeta, as crianças que procuram escapar a estes perigos tornam-se alvos fáceis de violações de direitos humanos, como a exploração e tráfico humano. É pela sua segurança, pelo seu direito à educação e pela possibilidade de um futuro digno e feliz que a Amnistia Internacional se mobiliza nesta campanha. 

“A nossa campanha de consignação do IRS de 2023 é dedicada a todas as crianças que se encontram em fuga pelo mundo. A quem foge de um conflito, a quem se refugia noutro país e precisa de recomeçar a sua vida, a quem escapa da pobreza e da fome para sobreviver, a quem perde a sua casa mas resiste ao impacto severo dos fenómenos climáticos extremos, a quem não consegue aceder à educação”, refere Ângela Ferreira João, diretora de Angariação de Fundos da Amnistia Internacional – Portugal.

“Estas realidades de violações de direitos humanos são variadas e as crianças enfrentam-nas em múltiplos locais do planeta. É a todas elas que queremos chegar”

Ângela Ferreira João

Estas realidades de violações de direitos humanos são variadas e as crianças enfrentam-nas em múltiplos locais do planeta. É a todas elas que queremos chegar. Queremos que os seus sonhos de um futuro feliz se tornem realidade. É com esse objetivo que apelamos às pessoas para que façam a diferença” conclui Ângela Ferreira João.

Os abusos contra crianças prevalecem em todo o mundo. Nos Territórios Palestinianos Ocupados, dezenas de crianças foram mortas pelas forças israelitas em 2022.

Crianças palestinianas observam os destroços do seu edifício na cidade de Gaza a 9 de agosto de 2022. Foto de Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images.

 

No Irão, as forças de segurança têm cometido atos de tortura contra manifestantes de apenas 12 anos, para repreender o seu envolvimento nas manifestações em todo o país:

“Eles [autoridades iranianas] bateram-me na cara com a arma, deram-me choques elétricos nas costas e bateram-me com bastões nos pés, nas costas e nas mãos. Ameaçaram que se eu contasse a alguém, iriam deter-nos novamente, fazer ainda pior e entregar os nossos cadáveres às nossas famílias” – relato de uma criança iraniana.

“Ameaçaram que se eu contasse a alguém, iriam deter-nos novamente, fazer ainda pior e entregar os nossos cadáveres às nossas famílias” – relato de uma criança iraniana”

Criança iraniana

Na sua procura por segurança na Europa, os migrantes continuam a enfrentar arriscadas viagens no Mar Mediterrâneo, perdendo a sua vida nesta travessia – em março de 2023, 62 pessoas morreram num naufrágio ao largo da costa de Steccato di Cutro, entre as quais, crianças.

Uma migrante transporta os seus filhos depois de ter sido ajudada a desembarcar de um barco salva-vidas RNLI (Royal National Lifeboat Institution) numa praia em Dungeness, na costa sudeste de Inglaterra. Foto de Ben STANSALL /AFP via Getty Images.

 

No Afeganistão, as raparigas prosseguem sem acesso à educação, vendo o seu futuro ser-lhes negado. Em Curaçau, as autoridades continuam a deter migrantes venezuelanos em condições desumanas, incluindo crianças.

Yusmari, uma mulher venezuelana que vive de forma irregular em Curaçao, segura uma placa de cartão onde se que lê: Levaram os meus filhos sem avisar. Créditos: Berber Van Beek.

 

Na Ucrânia, as autoridades russas separaram as crianças ucranianas das suas famílias, transferindo-as forçadamente para a Rússia ou territórios sob ocupação russa:

Eles [autoridades russas] levaram a minha mãe para outra tenda, onde foi interrogada. Depois, disseram-me que me iam tirar da minha mãe. Não disseram para onde a iam levar e desde essa altura que não tenho notícias dela” – relato de uma criança ucraniana de 11 anos.

“Eles [autoridades russas] levaram a minha mãe para outra tenda, onde foi interrogada… desde essa altura que não tenho notícias dela”

Criança ucraniana

É preciso que não esqueçamos estas crianças e jovens e que continuemos focados em trabalhar pela paz e pela garantia dos seus direitos humanos, onde quer que se encontrem.

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